Polyana Marques Lima
Willams dos Santos Rodrigues
Os ambientes virtuais
de aprendizagem (AVA) surgiram de alguns questionamentos como, por exemplo:
qual a melhor forma de administrar e gerenciar esse processo, para ajudar o
aluno e não deixar que ele se sinta isolado, ou “entregue a própria sorte”?
Os primeiros projetos
de construção de ambientes virtuais de aprendizagem destinados à educação
iniciaram-se em meados da década de 1990, depois de uma significativa mudança
na internet, devido a dois acontecimentos: a criação do primeiro navegador para
a web; a internet deixa de ser uma rede acadêmica, incorporando atividades de
empresas. Os cursos à distância se apresentavam essencialmente como páginas
web, versões eletrônicas dos livros, com muitos textos, poucas figuras e
animações e com pouquíssimas possibilidades de interação... e aí, pela
popularização da web foram surgindo outras ferramentas da comunicação, algumas
até de interação em tempo real, como chats,
grupos de discussão ou fóruns... Segundo Penterich, “[...] Muitos professores
passaram a usá-las de forma isolada em suas disciplinas e cursos, pois
permitiam disponibilização de conteúdos, materiais didáticos de apoio e alguma
forma de interação com os alunos [...]”,
assim foi-se buscando formas de interação e de disponibilização de
materiais dos professores para seus alunos, e assim uma maior integração entre
instituição-professor-aluno. As primeiras versões de ambientes virtuais de
aprendizagem para educação foram modeladas com base em quatro estratégias, com
relação às suas funcionalidades:
• Incorporar elementos
já existentes na web, como correio eletrônico e grupos de discussão.
• Agregar elementos
para atividades específicas de informática, como gerenciar arquivos e cópias de
segurança.
• Criar elementos
específicos para a atividade educacional, como módulos para o conteúdo e a
avaliação.
• Adicionar elementos
de administração acadêmica sobre cursos, alunos, avaliações e relatórios.
Assim, por meio dessas
estratégias, foram criados os primeiros ambientes virtuais de aprendizagem para
serem usados especificamente em atividades de aprendizado. Alguns ambientes da
primeira geração foram metáforas para alguns modelos de aprendizagem, por
exemplo, “uma sala de aula virtual” (Dore; Basque, 1998).
No entanto, o uso
desses ambientes mostrava que eles eram mais do que cópias de estruturas
existentes, pois possuíam características e sentidos próprios. Os ambientes não
são uma repetição de processos existentes, ou uma nova forma para a estrutura
da educação. Eles produzem uma diferença significativa na transformação dos
processos estabelecidos na Educação. E assim, os ambientes virtuais de
aprendizagem surgiram e sofreram inúmeras adaptações e correções para atender a
necessidade dos professores, alunos e instituições de ensino.
Ambientes Virtuais de
Aprendizagem (AVA) são softwares educacionais via internet, destinados a apoiar
as atividades de educação à distância. Estes softwares oferecem um conjunto de
tecnologias de informação e comunicação, que permitem desenvolver as atividades
no tempo, espaço e ritmo de cada participante, auxiliando o professor no
gerenciamento dessas atividades. Muitas são as especulações sobre ambientes
virtuais, mas segundo Santos (2003), “[...] podemos afirmar que um ambiente
virtual é um espaço fecundo de significação onde seres humanos e objetos
técnicos interagem potencializando assim, a construção do conhecimento, logo da
aprendizagem [...]”, logo percebemos que a utilização deste espaço objetiva uma
inovação nas metodologias utilizadas por um professor, permitindo a este que
saia do tradicionalismo da sala de aula e dos materiais que nela são ofertados.
Os ambientes virtuais de
aprendizagem podem ser utilizados em: atividades presenciais, possibilitando
aumentar as interações para além da sala de aula; em atividades
semi-presenciais, nos encontros presenciais e nas atividades à distância;
oferecendo suporte para a comunicação e troca de informações e interação entre
os participantes. Conforme Moraes (2002, p.203) “Em qualquer situação de aprendizagem,
a interação entre os participantes é de extrema importância. É por meio das
interações que se torna possível a troca de experiências, o estabelecimento de
parcerias e a cooperação”. O uso do AVA oferece as seguintes vantagens:
• a interação entre o computador
e o aluno;
• a possibilidade de se dar
atenção individual ao aluno;
• a possibilidade do aluno
controlar seu próprio ritmo de aprendizagem,
assim como a sequencia e o tempo;
• a apresentação dos materiais de estudo de modo criativo, atrativo e
integrado, estimulando e motivando a
aprendizagem;
• a possibilidade de ser usada
para avaliar o aluno.
Os ambientes virtuais de
aprendizagem agregam várias tecnologias encontradas na Web para provê a
comunicação, disponibilização de materiais e administração do curso. O conjunto
de funcionalidades que cada ambiente possui é estabelecido pelos requisitos
definidos em cada ambiente. Conforme Gonzales (2005), as funcionalidades dos
ambientes virtuais de aprendizagem podem ser organizadas em quatro grupos de
ferramentas: de Coordenação, de Comunicação, de Produção dos Alunos ou de
Cooperação e de Administração.
• Ferramentas de coordenação
servem de suporte para a organização de um curso. São utilizadas pelo professor
para disponibilizar informações aos alunos, tanto informações das metodologias
do curso (procedimento, duração, objetivos, expectativa, avaliação) e estrutura
do ambiente (descrição dos recursos, dinâmica do curso, agenda, etc), quantas
informações pedagógicas: material de apoio (guias, tutoriais), material de
leitura (textos de referência, links interessantes, bibliografia e etc) e
recurso de perguntas frequentes (reúne as perguntas mais comuns dos alunos e as
respostas correspondentes do professor).
• Ferramentas de Comunicação, que
englobam fóruns de discussão, bate-papo, correio eletrônicos e conferência
entre os participantes do ambiente têm o objetivo de facilitar o processo de
ensino-aprendizagem e estimular a colaboração e interação entre os
participantes e o aprendizado contínuo.
• Ferramentas de Produção dos
Alunos ou de Cooperação oferece o espaço de publicação e organização do
trabalho dos alunos ou grupos, através do portfólio, diário, mural e perfil (de
alunos e/ou grupos).
• Ferramentas de Administração
oferecem recursos de gerenciamento, do curso (cronograma, ferramentas
disponibilizadas, inscrições, etc),de alunos (relatórios de acesso, frequência
no ambiente, utilização de ferramentas, etc) e de apoio a tutoria (inserir
material didático, atualizar agenda, habilitar ferramentas do ambiente, etc).
Através delas é possível fornecer
ao professor formador informações sobre a participação e progresso dos alunos
no decorrer do curso, apoiando-os e motivando-os durante o processo de
construção e compartilhamento do conhecimento.
Dentro dos Ambientes Virtuais de
Aprendizagem podemos utilizar outras tantas ferramentas como chats e blogs.
Compartilhamento de vídeos, imagens e textos, possibilitando aos alunos maior
possibilidade de interação com um vasto mundo de informações, como diz Santos
(2003), “[...] a aprendizagem mediada por AVA pode permitir que através dos
recursos da digitalização várias fontes de informação e conhecimento possam ser
criadas e socializadas [...]”, assim podemos ver mais uma facilidade
possibilitada por esta ferramenta educacional, o estudante não é obrigado a
deslocar-se a alguma biblioteca, mas pode acessar livros digitalizados através
das bibliotecas virtuais.
REFERÊNCIAS:
A IMPORTÂNCIA DOS AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM NA BUSCA DE NOVOS DOMÍNIOS DA EAD.
Disponível
em: http://www.abed.org.br/congresso2007/tc/4162007104526AM.pdf,
ultimo acesso em 20/05/2013 às 10h27min.
PENTERICH, Eduardo. Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Disponível em: http://www.metodista.br/atualiza/conteudo/material-de-apoio/livros/sala-de-aula-e-tecnologias/cap05.pdf, acesso em 24/05/2013 às 22h00.
Ambiente
Virtual de Aprendizagem e sua incorporação na UniCamp.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ep/v29n2/a11v29n2.pdf,
acesso em 24/05/2013, às 22h58min.
SANTOS. Edméa Oliveira. Ambientes virtuais de aprendizagem: por
autorias livre, plurais e gratuitas. In: Revista FAEBA, v.12, no.
18.2003(no prelo). Disponível em: http://www.comunidadesvirtuais.pro.br/hipertexto/home/ava.pdf,
ultimo acesso em 21/05/2013 às 22h50min.